CYP2D6

De acordo com a característica observada da atividade da CYP2D6 do indivíduo, o fenótipo é dividido em quatro categorias: o tipo mais frequente é o ‘METABOLIZADOR NORMAL’ (dois alelos normais). É para estes indivíduos que são determinadas e recomendadas as doses médias a serem usadas de cada medicamento. Medicamentos prescritos em doses médias farão, portanto, o efeito esperado no seu organismo.

O segundo tipo é o ‘METABOLIZADOR INTERMEDIÁRIO’, que apresenta variações genéticas que caracterizam uma metabolização mais lenta quando comparado ao indivíduo ‘normal’. Neste caso, doses médias dos medicamentos poderão fazer seu efeito terapêutico. Todavia com o tempo, por ser eliminado mais lentamente, o medicamento se acumulara no corpo e poderá causar efeitos colaterais. Nesses casos, pode-se fazer o controle das concentrações dos medicamentos no sangue (monitorização) para evitarmos os efeitos indesejáveis.

O terceiro tipo é o ‘METABOLIZADOR LENTO’, nesses indivíduos há deficiência funcional da enzima. A inativação e eliminação do medicamento são ainda mais lentas, levando ao risco de acúmulo do fármaco em concentrações acima das desejáveis para o organismo, levando a ocorrência mais frequente de efeitos colaterais e reações de intolerância, mesmo com o uso de doses baixas ou médias dos medicamentos. Nestes casos, a monitorização do medicamento permite um ajuste para doses mais baixas, aproveitando ao máximo os efeitos terapêuticos, mas evitando-se os efeitos tóxicos e colaterais.

O quarto tipo é o ‘METABOLIZADOR ULTRARRÁPIDO’, que possui múltiplas cópias do gene o que confere à enzima uma hiperatividade. Nestes indivíduos, o medicamento é inativado e eliminado rapidamente sem a possibilidade de ser absorvido adequadamente. Comumente, doses normais não causam melhora clínica nem efeitos colaterais. Nessa categoria incluem-se muitos pacientes que não melhoram com nenhum medicamento em doses convencionais. Eles eram chamados de “resistentes à terapia”. Hoje sabemos que muitos destes “resistentes” são, na verdade, METABOLIZADORES ULTRARRÁPIDOS. Estes indivíduos podem se beneficiar do uso de doses maiores dos medicamentos. O ajuste da dose tem transformado muitos destes pacientes “resistentes” em bons “respondedores” ao tratamento personalizado.